No dia 19 de novembro, véspera Dia da Consciência Negra, a Câmara dos Deputados deu um passo perigoso ao aprovar um projeto que amplia cotas raciais em concursos públicos. A mudança eleva de 20% para 30% as vagas destinadas a negros e, pela primeira vez, inclui indígenas e quilombolas. Para seus defensores, trata-se de uma “reparação histórica”. Mas será mesmo? Para o deputado Helio Lopes (PL-RJ) não há dúvida: “Deus criou o homem conforme a sua imagem e semelhança. Não tem que dividir, nem levar em consideração quem é preto e quem não é preto”
Helio Lopes não está sozinho ao criticar o projeto. “Sou a favor de cotas sociais. Esse projeto é um retrocesso e vai segregar a população e dividir o povo brasileiro”, afirmou o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB). Segundo Helio Lopes, a verdadeira desigualdade no Brasil não tem cor ou etnia; ela tem classe social. “Vamos falar a verdade: o que precisamos é combater a pobreza, porque a pobreza não tem cor.”
E as preocupações não param por aí. O texto aprovado abre espaço para medidas que preocupam até quem acredita na ideia de inclusão das cotas raciais. Principalmente, quando prevê que entidades com claros vieses ideológicos monitorem as cotas, abrindo caminho para um verdadeiro Big Brother racial. Como se isso não fosse suficiente, o projeto também expande cotas para seleções simplificadas, facilitando, assim, a institucionalização de divisões raciais no serviço público.
Vale destacar que a oposição, liderada pelos deputados Helio Lopes, Cabo Gilberto Silva e Marcel Van Hattem, conseguiu barrar alguns dos elementos mais controversos, como as bancas de heteroidentificação, chamadas por muitos de “tribunais raciais”. Mesmo com essa conquista, Helio Lopes afirma que ainda há um grande caminho a percorrer na luta contra a segregação racial, uma vez que “o projeto parece mais preocupado em reforçar divisões do que em buscar soluções reais para os maiores problemas do nosso país miscigenado.”
Assista a discussão na integra
O deputado Helio Lopes não hesita em levantar uma questão fundamental: “o Brasil realmente precisa de políticas que separem seus cidadãos com base em critérios raciais?”. Em suas palavras, “num país miscigenado, isso não é reparação histórica, mas sim uma separação que ameaça transformar nossa sociedade em algo semelhante a um apartheid ou às políticas de Hitler.”
Com a aprovação do projeto pela Câmara, o debate agora se dirige ao Senado, e o deputado já entende claramente que a luta vai ser dura. Ele reafirma seu compromisso com um futuro de verdadeira igualdade, baseada na luta pela oportunidade social e não em separações impostas pela cor da pele. “A força do Brasil é a união do seu povo!”, conclui Helio Lopes, preparado para a luta por um Brasil mais justo e verdadeiramente igual.