A política brasileira contemporânea, como bem observou Olavo de Carvalho, parece ser guiada por ideologias e conceitos de filósofos mortos. Entre esses filósofos, destaca-se Florestan Fernandes, uma figura emblemática da sociologia crítica brasileira, cuja influência ainda ecoa nas discussões atuais sobre igualdade racial e justiça social. Mas quem foi Florestan Fernandes e por que suas ideias continuam a moldar nosso presente?
Desvendando Florestan Fernandes
Durante o regime militar, Florestan Fernandes foi preso e perdeu seu cargo de professor, exilando-se no Canadá e nos Estados Unidos, onde obteve recursos pela Fundação Ford para desenvolver sua tese sobre luta de classe e luta de raça. De volta ao Brasil, elegeu-se deputado em 1986 pelo PT e tornou-se um dos parlamentares mais influentes da Assembleia Constituinte de 1988 com apoio internacional. Fernandes é autor de obras como “A Integração do Negro na Sociedade de Classes”. Sua análise crítica da sociedade brasileira coloca negros e brancos em situação de oposição, desenvolvendo um ressentimento histórico. Suas ideias diluem a identidade nacional da mestiçagem e da democracia racial proposta por Gilberto Freyre. Fernandes argumentou que, na realidade, os negros continuavam marginalizados e submetidos a condições de trabalho precárias, enquanto os brancos mantinham o controle econômico e social:
“A ideia de democracia racial é um mito. Não há igualdade de condições entre negros e brancos no Brasil. Os brancos ocupam os melhores cargos e os negros continuam isolados, marginalizados e sujeitos a preconceitos profundamente enraizados na sociedade”, declarou Florestan
O Debate na Audiência Pública
Recentemente, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, convocada para esclarecer a gestão de seu ministério, reproduziu as ideias de Florestan Fernandes. A audiência pública, marcada por intensos debates, revelou as tensões e divergências dentro do movimento negro. O deputado negro conservador Helio Lopes, em uma atuação contundente, questionou a ministra e o próprio movimento negro, expondo a falta de inclusão de vozes conservadoras. Ele defendeu um movimento autenticamente nacional que vê um Brasil unido, não apenas pela mestiçagem, mas também por um sentimento de pátria independe da cor.
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Deputado Helio Lopes:
“Senhora ministra, realmente somos do Rio de Janeiro e a nossa história é muito parecida. Eu fui criado no morro do Tempero, andava descalço e pegava restos de comida. Quando passei no concurso público, foi sem o emprego das cotas raciais. Perdi três sobrinhos para essa desgraça da droga que esse governo defende. A pobreza não tem recorte de cor; a pobreza é ampla. Não acha que está na hora de fazer uma política pensando na pobreza e não necessariamente na cor?”
“Vossa excelência sabe o que é a dor de uma perda de um ente querido. Vossa excelência perdeu a irmã de forma brutal e covarde. Os culpados têm que ser punidos. Mas até março, as pessoas acusavam o meu irmão Jair Bolsonaro por um crime absurdo desse, e quem cometeu deve ser punido com rigor da lei.”
“Esse governo defende tudo que pode, mas o evangelho não pode visitar os presídios para pregar a palavra de Cristo. Isso é um absurdo. Quando eu perco três sobrinhos para o tráfico de drogas, eu queria ver se alguém falaria para minha irmã que isso é normal. Estou falando do governo, não da senhora. A semelhança que temos na história é nossa origem o Rio de Janeiro, mas quando olhamos para a pobreza, eu não vejo cor. A pobreza é ampla.”
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Segregação ou Inclusão?
A atuação de Helio Lopes na audiência pública trouxe à luz uma crítica fundamental ao movimento negro atual. Em vez de promover uma verdadeira inclusão, as políticas guiadas por ideologias estrangeiras de filósofos progressistas estão reforçando a segregação e a divisão de classes. Será que estamos realmente combatendo o racismo, ou perpetuando uma nova forma de segregação, disfarçada de políticas progressistas?
Estaria o movimento negro contribuindo para justiça e reparação ou apenas ajudando velhas organizações internacionais que sempre financiaram estudos e pesquisas enviesadas para nos mantermos em uma senzala ideológica?
O presente pode estar sendo governado por filósofos mortos, mas cabe a nós questionar se suas ideias ainda são relevantes e eficazes para resolver os problemas de hoje. Se queremos uma verdadeira igualdade, precisamos olhar além das ideologias importadas e focar nas necessidades reais da nossa população. Precisamos da única ideia que realmente ressuscita: os ensinamentos de Jesus, que nunca viu a cor da pele para nos dar a salvação. Devemos nos guiar sem olhar para a cor, pois foi olhando para a cor da pele que criamos o racismo, uma ideia velha que deveria está morta.